O ser humano precisa racionalizar, encontrar explicações e justificativas para tudo que o rodeia. É uma falsa sensação de segurança e controle.
O que a racionalização excessiva tem a ver com solo, infertilidade e ciclos?
Tudo. Absolutamente tudo. A nossa mente não consegue focar em vários assuntos com a mesma intensidade. Acabamos criando um hiperfoco em algum assunto. Os preferidos acabam girando em torno de trabalho e ascensão profissional, moradia e parceiros (as).
Essa é a santa trindade dos pensamentos gerais -basicamente as pessoas buscam sucesso nestes três aspectos- o que elas esquecem é que em nossa jornada aqui na Terra o essencial é ter equilíbrio e não perfeição.
Porém a maior fonte de angústia em nossa vida não é gerada pelas condições dessa tríade, como o mundo vende. É causada por pequenas tormentas diárias que nós não nos atentamos.
Muitas vezes você não está infeliz com seu trabalho. Está descontente com seu colega falso e que vive com a cara amarrada. Ou está descontente com a distância que precisa percorrer até chegar na empresa. O trânsito, o calor, acordar cedo.
Isso desgasta e não basicamente a sua formação é culpada, mas por focar apenas na tríade, acaba não se dando conta de que pequenas melhorias podem elevar muito a qualidade de seus sentimentos. Muitas vezes se mudássemos os caminhos não mudaríamos de profissão
As pessoas perderam a capacidade de reconhecer o início e término dos seus ciclos, persistem em plantar num solo que não irá dar bons frutos, porque simplesmente acabou.
A ligação de morte física com o fim de tudo é muito forte e faz com que as pessoas não compreendam que morremos e renascemos diariamente. A vida não é imutável.
Vejo muita insistência principalmente na parte afetiva. Pessoas insistindo em relacionamentos que não vão se solidificar. E isso ocorre por vários motivos, pode ser por conta da diferença de entrega energética, de mudança de paradigmas ou por simplesmente estarem em momentos diferentes.
Amizades são assim, fluídas. Cada pessoa tem seu momento e quem tem madureza as vê como águas que vêem e vão. Sendo verdadeiras, positivas e agregadoras elas sempre retornaram.
Dos rios, para as nuvens. Chuva e rio novamente.
Para reconhecer quando um ciclo acaba ou se esmaece é preciso sentir, sem racionalizar. Sem forçar a barra, se entregar.
Para chegarmos no dharma, ciclos negativos precisam ser encerrados, essa é o segredo da evolução. Podem estar ligados a relações familiares, nosso trabalho, afeto, criatividade.
É preciso deixar o ego de lado e sermos sinceros conosco:
-Chega, encerrou. Não vai dar mais, não aguento.
Essa sinceridade e sabedoria ao identificar o final dos ciclos nos faz pausar e após essa pausa ideias, projetos e coisas muito produtivas surgem no mundo das ideias e se materializam no nosso conforme nossa disposição criadora.
Importante termos a noção de gasto energético quando falamos de força de vontade para criar e realizar. Saber quando o solo não é produtivo evita que desperdicemos essa energia, porque esforço sem perseverança cansa.
A perseverança é um olhar carinho, desprendido que temos quando focamos nosso interior, quando aceitamos os processos de mudança e nos desapegamos de padrões negativos como: Inveja, ciúme, competitividade.
Quem nutre a terra do seu ser com tais sentimentos quer “vencer” a qualquer custo e não entende que chegou o momento de parar e tomar novos rumos. Entra no hiperfoco, como uma pessoa que se preocupa extremamente com o penteado e se esquece que está descalça no asfalto quente.
A vida é cíclica. Não podemos ser eternamente rancorosos com a família, amizades se vão. Mudamos de emprego, de casa, de projetos. Não é sadio se prender a sentimentos e situações que findaram. Um hábito não é uma necessidade.
Procure sempre analisar através da meditação qual seu objetivo nessa vida. O que lhe consome e o que lhe dá energia. Pondere.
Permita-se descansar, se energizar e viver um novo momento, arando um solo produtivo, caminhando rumo a evolução.